Que eu me lembre, por aqui a gente sempre tomou muita Caipirinha, as vezes um Bloody Mary e até uma Mimosa no café da manhã… Mas rolaram vários modismos desde que a lei me permitiu beber, rs. No final da década de 80 era descolado tomar St Remy, acredite se quiser! A década de 90 foi marcada pelo Hi-Fi e pela Cuba Libre, na minha opinião a pior fase! Teve um coquetel que jamais esteve fora de moda: o Gim Tônica. Sofisticado em 80, 90, meio esquecido nos anos 2.000 e de volta com tudo em 2.010. Aliás por volta dos anos 2.000, a moda era o Cosmopolitan por causa do seriado Sex and the City.
O que tá fervendo agora são os coquetéis clássicos. Toda semana abre um novo bar dedicado a eles. Digo fervendo, porque a moda voltou há uns bons anos, mas demorou um pouco pra pegar. Eu fiquei feliz da vida porque sempre fui fã, e inclusive aproveitei para reformar as duas unidades do Flor de Sal e construir um belo bar americano! Se você ainda está meio por fora, vou dar algumas dicas.
NEGRONI
Nascido em 1919, no Caffé Casoni, em Florença, seu sabor é doce e amargo, definitivamente um “ame ou odeie”. É forte, feito com Vermute, Gim e Campari.
BOULEVARDIER
É uma versão do Negroni. No lugar de Gim vai Bourbon. Tem que provar pra entender a diferença.
OLD FASHIONED
Frank Cafaia, do glorioso Waldorf-Astoria, decretou o Old Fashioned como o drinque do momento: “Tudo o que era velho é novo outra vez”. Como a base dele é Bourbon, o paladar não é tão estranho ou novo, vale provar.
GIM-TÔNICA
Diz a lenda que o GT nasceu da necessidade dos soldados ingleses consumirem quinino para evitar a malária, como o gosto era péssimo, eles colocavam Gim! O GT tem inúmeras variações: com pepino, toranja, cardamomo, limão. O “acompanhamento” serve para realçar o sabor do Gim. Ou seja, o lance do GT é o G! Vou falar sobre alguns que são bem tradicionais e que gosto muito.
O Old Bakery Gin tem uma história muito particular. Ian Puddick, comprou algumas construções antigas em Pymmes Mews, no norte de Londres. Uma das unidades havia sido uma padaria e durante a renovação da instalação foi descoberto que lá era produzido um gim ilegal há mais de 100 anos. Como Ian é um amante de gim, ele ficou obcecado por descobrir a receita original que acabou dando origem ao Old Bakery Gin. O sabor é suave e limpo, dominado por zimbro e cítricos. O serviço recomendado é com gelo, tônica, uma guarnição de framboesa e folhas de hortelã; ou gelo, tônica e uma fatia de pepino.
O The Botanist Gin é muito especial pois é o único feito na ilha de Islay, na Escócia. Ele é feito com 22 botânicos locais, colhidos à mão, sem adição de essências, óleos e ou aromas. Ou seja, você não vai encontrar sabor similar. Ele é geralmente servido com tônica, uma folha de menta e uma casca de limão.
O Signature Burleigh’s London Dry Gin é destilado com 11 dos melhores botânicos do mundo. Ele é bastante suave e equilibrado, perfeito para um clássico gim-tônica com uma pitada de laranja ou uma fatia de grapefruit.
Bora tomar uma?
Aliás, antes de terminar, preciso dar os créditos: os drinques das fotos são do Camden House, gastropub da minha irmã, de onde saem belos coquetéis. Eu também sirvo nos meus restaurantes, mas sou fotógrafo preguiçoso.